Eu te amo!
Publicado em 04 de junho de 2012 às 05:14:12
Eu te amo!
A frase "eu te amo" é usada muitas vezes como moeda, ou como objeto de baganha. Muitos dizem “eu te amo” com o intuito de conquistar algo ou com o intuito de evitar algo. Que amor há nisso?
Muitas vezes quando queremos prender alguém ao nosso lado usamos tais palavras. Não há um certo clima de dependência aqui? Pois bem, é isso! A energia que se esconde por trás da frase “eu te amo”, é a energia da dependência. Outro modo de dizer a mesma frase com igual energia é ao usar a frase “eu preciso de você”.
Proferir tal frase é estar com o autovalor muito baixo, portanto, está provisoriamente incapaz de amar.
Aquele que necessita de alguém não tem nada a oferecer de si ao outro pois ele está a necessitar de algo. O intuito dele é receber algo e não oferecer algo. É procurar no outro aquilo que pensa não ter. Mas isso é ilusão pois tudo aquilo que procuramos no outro se encerra em nós mesmos, de todos nós.
O “eu te amo” tem muitas variantes tais como “eu não vivo sem você”, “você é minha vida, meu céu, meu tudo”. Todas essas frases nós as usamos quando estamos com a autovalor muito baixo.
Nesse estado nos sentimos incompletos, ou seja, não estamos a nos amar e, se não o fazemos, somos incapazes de amar outra pessoa. Não podemos dar ao outro aquilo que acreditamos não ter. Ao invés de amá-la nos apoderamos dela e a obrigamos a nos fazer completos. Só que isso é impossível. Nada externo a nós nos pode completar. A plenitude se encerra dentro.
Quando é que o “eu te amo” não seja uma frase sem amor? O “eu te amo” só será uma frase com amor quando não há nenhum motivo para dizê-la; quando não se deseja nada do outro; quando não se deseja receber nada do outro e sim ofertar; quando não se conhece ou não se tem nenhum vínculo com o outro; quando se dá ao outro total liberdade de ser e se locomover. Parece difícil que assim seja, não é mesmo? Pois isso não é difícil para quem ama, é até natural. Tem que ser natural e deve ser permitido, se assim não for não é amor.
Quando amamos o outro não levamos a sério o que diz. Não damos a mínima para o modo como ele pensa ou vê o mundo. Não nos importamos com as ações dele pois ele tem direito de agir como bem quiser. A conduta moral dele nos é irrelevante e só diz respeito a ele. O que ele faz ou deixa de fazer não tem a mínima importância. O sofrimento dele não é algo relevante, pois sabemos que o sofrer é apenas resultado das escolhas que fazemos e todo escolha deve ser honrada e permitida em profundo respeito à aquele que tem escolhido experienciar aquela energia, a energia do sofrer.
Parece tão difícil de aceitar isso não é mesmo? Parece difícil pois muitos tentam entender isso com a mente, ou seja, com o ego. Aqui não cabe mente, não cabe ego, não cabe intelecto. A única coisa que importa na vida é o coração, ou seja, a tua essência. Ao olhar com o coração para tais palavras compreendemos a profundidade e a lógica que nela se encerra, a qual diverge totalmente da lógica humana.
Comecemos por aceitar tudo aquilo que acontece ao nosso redor, e escolhamos viver somente aquilo que nos dá bem-estar. Isso não é ignorar o mundo, pelo contrário, é escolher no mundo o que queremos viver. Isso é amor próprio.
Amemo-nos!