Vítima de quem?
Publicado em 02 de janeiro de 2012 às 16:24:20
Fizeram-me mal! Eu não merecia aquilo! Isso não é justo! Por quê traiu a minha confiança?
Constantementes nos identificamos com tais palavras. Mas a verdade é que não existem vítimas. Nunca ouve, ninguém nos faz mal, nós não temos o que não merecemos, ninguém é injusto conosco, é impossível trair a nossa confiança. O mal não existe, é apenas uma forma de enxergar as coisas, é como nós vemos o que nós é apresentado.
Se algo acontece conosco, nós somos responsáveis por aquilo, como posso dizer que eu não mereço aquilo, aquilo é criação minha. É certo que ninguém merece sofrimento, decepções, perdas e dentre tantas outras coisas. Mas não devemos ficar nos debatendo por causa de fatos que já passaram, isso não ajuda. Mudemos o foco da nossa visão para aquilo que queremos. Paremos de olhar para o que não queremos. Se não queremos algo, por quê observamos aquilo? Por quê falamos sobre aquilo? Por quê desperdiçamos o nosso precioso tempo com o que não queremos? Ocupemo-nos do que nos interessa então.
Ficar a remoer o passado, julgar o que acontece à nossa volta é como mascar prego. Dói e prazer não há nisso. Por quê não viver o agora. È no agora que tudo acontece, nós estamos no agora. Poderíamos dizer que: "Mas esse barulho infernal que estou a ouvir está no agora. E me irrita!". Pois bem, ele está no agora, mas a mente de quem julga o barulho não está o agora. Pois nós julgamos o presente de acordo com o que temos aprendido no passado. Nós julgamos os outros de acordo com algo que aprendemos ser certo ou errado, e temos aprendido isso no passado. Portanto, é uma idéia pré-concebida. É rotular o outro de acordo com um padrão do passado e, rotular alguém, é torná-lo um objeto.
Não permitamos que o que acontece à nossa volta determine como nós nos sentiremos em nosso interior. Sejamos donos de nós mesmos. Paremos de dar aos outros o poder de determinar se seremos felizes ou não, se teremos paz ou não. Isso é muita fraqueza. Sofrer, lutar e se indignar pelo que acontece à nossa volta é um sinal de fraqueza extrema. Não é que não devamos ter compaixão pelo próximo, é que devemos nos libertar do que está fora de nós.
Se libertar do exterior é amar a si mesmo, é se libertar da escravidão do ego. É abrir as portas para o infinito.
Abramos a porta para o infinito, para o amor, para o amar a si mesmo e o outro, as recompensas são imensuráveis. Portanto, paremos de fazer o papel de vítima e tomemos as rédeas de nossa própria vida, é isso que a vida espera de nós, que sejamos responsáveis, só isso.