No céu ninguém se casa e nem se dá em casamento
Publicado em 08 de junho de 2012 às 10:34:50
Um certo sábio uma vez proferiu as seguintes palavras: “No céu ninguém se casa e nem si dá em casamento.” Teria alguém se dado conta da profundidade dita em aquele momento que também é agora? Em aquele momento o sábio estava a revelar uma realidade não muito distante que começa agora. Uma realidade onde não mais haverá sofrimentos.
O mundo que aquele sábio estava a revelar, o mundo do agora, não está no futuro, pelo contrário, está no agora e dentro de cada um. Essa realidade está a se manifestar e são poucos os que desfrutam dela. Confuso? Era de se esperar. Somos seres multidimensionais e, por isso, cada ser que pensa ser humano vive em uma dimensão consciencial diferente um do outro. Se formos mais profundo, podemos afirmar que somos seres adimensionais. Mas isso é profundo demais e, por ora, admitamos que somos multidimensionais.
Há algo que se chama consciência de massa a qual é uma verdade para todos os humanos inconscientes. Ela nada mais é que tudo aquilo que a humanidade toma como verdade. De acordo com a consciência de massa, pode-se observar os relacionamentos humanos apoiam-se em laços. Laços esses que tolhem a liberdade de ambas as partes. Se é uma instituição que tira a liberdade, por certo é uma instituição egoica e, portanto, não há amor em essa instituição. Em nesse tipo de relacionamento, ambas as partes prometem ou, as vezes, não verbalizam essa promessa, pois já é uma verdade das massas que a individualidade e a liberdade não tem lugar nos enlaces afetivos.
Abdicar do próprio caminho para viver o caminho do outro é falta de amor próprio. Quem o faz está fadado ao sofrer. Ambas as partes o fazem, ou melhor, tentam fazê-lo. Como pode um relacionamento baseado em nesses moldes propiciar o bem-estar? É impossível, sempre haverá um descontentamento interno em ambas as partes. O que se fazem ver por meio de erupções emocionais negativas e sentimentos de tristeza e baixa estima e tantos outros. Vez por outra, nasce uma vontade natural de nos libertarmos. Contudo, fazê-lo significa ser tido como traidor, infiel. Diante disso, como o humano quer a aprovação da sociedade e do outro, conforma-se com uma vida limitada e retorna ao cárcere afetivo do qual tentou se libertar. O que temos aqui senão um ser que tem desistido da vida a se debater nas águas do medo de uma realidade que não se sustenta. Em essa realidade a felicidade é apenas uma coisa passageira, um flash, um acidente, não uma realidade, contudo, o humano se contenta com bem-estar ocasionais.
A voltar para o que o sábio tem dito, onde está o céu? O próprio sábio tem dito em outra passagem que o céu está no interior de cada um. Então, ao adentrar no céu – que está dentro de cada um – a consciência se expande. Com a expansão começamo-nos a nos libertar por começarmos a saber que somos seres espirituais e, portanto, livres. Um ser espiritual não pode se encarcerar em um cárcere chamado “relacionamento amoroso”, pois isso vai contra a natureza que si é, ou seja, a manifestação do amor aqui e agora. É falta de amor fazê-lo.
Em um agora bem próximo, que também é agora, nossos relacionamentos se basearão apenas no amor e tão somente no amor. Como o amor é livre e não se apega a nada e nem a ninguém, os nossos relacionamentos também o serão. Como não teríamos mais aquele apego a algo ou alguém, não haverá imposições de espécie alguma. Não háverá nenhuma forma de exigências. Nossas vivências serão mais ricas, pois estaremos a interagir com a diversidade. A vida não será mais monótona, pois haverá sempre algo novo, algo diferente. A magia da vida estará de volta aos corações como quando éramos crianças e víamos o mundo como um playground. Ora um playground não é algo a ser levado a sério. Está ali para ser experienciado e, contudo, não é algo de real importância, é apenas um campo de escolhas. Estar nesse ponto é não reconhecer barreiras ou impossíveis. Não há espaço para a dicotomia, tudo e todos somos iguais e a mesma coisa em nossas diferenças.
Esse momento está a chegar. Para alguns já é uma realidade, mas o será para muitos em breve. É para todos, mas muitos não serão aptos a acolher o amor que nos leva aos reinos internos de nós mesmos. O humano conhece essa realidade como “céu”. O céu não virá e, contudo, não se irá aos céus. O céu simplesmente é. O céu, ou seja, o paraíso já está aqui. Mas olhos e ouvidos não o podem ver, salvo o coração. Somente aqueles que andam de braços dados com o coração, o verão, o sentirão. O amor está a ressoar ao ventos do norte, do sul, do leste e oeste. No entanto, muitos o ouve, mas são incapazes de reconhecê-lo. Para aqueles que querem ouvir a briza do amor, deixo uma dica: “Nada de aquilo que se nos apresenta aos olhos é o que parece ser”.
Amar é preciso!