Ciúme
Publicado em 04 de junho de 2012 às 04:29:05
Muito se fala que quando se ama alguém há de se ter ciúme. É comum ouvirmos: Quem ama zela do que é seu. Pode se notar que essa frase deixa bem claro o sentimento de posse.
Não há nada de errado em se possuir algo. Mas todo aquele que possui algo, alguém ou alguma coisa é possuído por aquilo que tenta possuir e, ao fazê-lo, ou melhor, ao tentar fazê-lo sofre-se por não ser algo possível.
Aquilo que tentamos possuir tentará sempre escapar de nossas mãos. Nada pode ser possuído. Viver desse modo gera uma tensão constante pois há de se ficar atento a todo tempo. Que amor há em se viver assim?
Ao se possuir algo, ou alguma coisa, corremos o risco de experimentar a energia da dependência em relação ao que queremos possuir e vivemos em função de mantê-lo sempre por perto. Na falta do mesmo ou na possibilidade de que o mesmo venha a faltar, sofre-se. Aqui já temos um sinal claro de que o objeto também nos possui. É angustiante. Não se consegue libertar dele e o vemos como algo vital.
Possuir um objeto tudo bem. Mas tentar possuir alguém é a pior forma de violência que se possa fazer contra alguém. É tentar fazer dessa pessoa um objeto. É falta de amor. Isso é tentar impedir que o outro seja aquilo que ele deva ser, ou seja, ele mesmo. É impedir que ele vá em busca de seus sonhos, suas aspirações, seus desejos, enfim, trilhar o seu caminho como deve ser. Isso não é amor. Isso não é amor.
Quando nos abrimos para o amor, não mais reconhecemos a energia do ciúme. Adentramos em um mundo de muito mais liberdade e suavidade. Aqui não cabe mais o sofrimento pois onde há amor é impossível haver sofrimentos ou tristezas pois estas se fazem presente quando o amor está ausente.
Amemo-nos primeiramente para que possamos ser capazes de amar aqueles que dizemos amar. Ora amar o outro e a si próprio é a mesma coisa, pois todos somos um. Amemo-nos!