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A sofrer por amor

Publicado em 08 de abril de 2012 às 10:32:10

Sofrer por amor, por incrível que pareça, as pessoas conseguem tal feito, pelo menos parecem conseguir. O ser humano é um um ser tão magnífico que ele consegue até sofrer o insofrível. Isso mesmo, sofrer por amor é algo impossível de acontecer.


Muitas vezes nós nos vemos a observar outro ser lindo à nossa frente e sentimos algo diferente dentro de nós, um desejo intenso de se aproximar daquela pessoa, muitas vezes acompanhada de palpitações, algumas vezes até arrepios no corpo.


Lá estamos nós a ver aquele lindo ser que tanto mexe com nosso interior como o nossa cara metade e ficamos por vezes a contemplá-lo a distância ou, muitas vezes, fazemos de tudo para estar próximos à ele para saber um pouco mais sobre aquele que tanto mexe com nosso interior. Mas ele parece não dar a mínima, aquele ser magnífico que nos desperta tantas explosões emocionais parece não dar a mínima para o fato de agente estar ao lado ou próximo à ele.


Diante daquela que, a nosso ver parece ser uma indiferença, a gente começa o tão indesejado sofrimento. Queríamos que ele de certo modo percebesse que estamos ali, percebesse que o que se passa dentro de nós. Mas como isso é impossível, nós sofremos e, muitas vezes, pensamos: "Será que eu não sou interessante?" "Talvez eu não seja bela(o) o suficiente!" "Será que eu nasci para a solidão?". São tantas conjecturas, estamos de certo modo a abalar o nosso autovalor, ou seja, nossa autoestima. Não obstante isso, aquele lindo ser parece não dar a mínima e nós mergulhamos ainda mais naquele sentimento de autopiedade. Vemo-nos de mãos atadas, a vontade de ir lá e dizer "eu gosto de ti" é muito grande, mas o medo de ser rejeitado é maior ainda e o sofrimento aumenta ainda mais. Estamos a apreensivos. Não sabemos o que fazer. Queremos que o outro nos aceite mas tememos uma rejeição.


O tempo passa, e tudo parece piorar. Pomo-nos de joelhos e dizemos dentro de nós mesmos: "Por favor, olhe para mim, será que tu não percebes o que estou a sentir? É tão forte". Pensamos que o outro tem por obrigação perceber aquilo e permanecemos irredutíveis. Como isso não acontece, nos desesperamos e por vezes, partimos para outra com o coração angustiado, partimos sim, mas a olhar para trás. O que dói mais é saber que aquele ser incrivelmente cativante está sempre por perto mas, ao mesmo tempo, parece existir um abismo sem fim entre nós e ele.


Tocamos a vida para frente, nos entregamos a relacionamentos com intuito de ser aquilo uma espécie de apagador memônico, porque temos aprendido que só um amor para curar outro, aprendemos que só o tempo cura. Mas isso não condiz com a verdade e vez por outra estamos a pensar em aquele momento, um sinal muito claro de que a sabedoria humana é totalmente sega. Como nós não nos entregamos ao novo relacionamento totalmente, a gente sofre, sofre por não ter vivido o que gostaria de viver, é uma cicatriz na alma e passamos a exigir que aquele com quem nós estamos se torne o outro a qualquer custo, muitas vezes não nos damos conta disso. Simplesmente exigimos que ele se torne aquela pessoa, que ele desperte em nós aquela mesma sensação. Mas isso é impossível e diante dessa possibilidade, nós nos damos a amores aqui e ali. Parece que ninguém poderá fazê-lo! Isso é certo, ninguém o pode. Os anos passam, talvez já não mais pensamos em aquilo, mas a cicatriz permanece e nos conformamos com as agruras da vida e passamos a existir ao invés de viver.


Quem é que não passou por isso? Esses seres lindos que pensam ser humanos e nem imaginam que são seres divinos e imortais em um corpo carnal, não percebem que em aquele momento no qual encontrou aquele ser incrível ele na verdade estava a encontrar a si mesmo. Não teve coragem de abrir, de se revelar, por medo de ser rejeitado pelo outro. O que ele não percebe é que o medo não era de ser rejeitado pelo outro, o fato era que ele não se aceitava como é e temia que o outro o fizesse também, quem não se aceita vacila, quer aprovação. Se em aquele momento houvesse um pouco mais de amor próprio, e autoaceitação, - o que é isso senão a mesma coisa? - ele não teria se privado daquela experiência.


Em aquele momento, aquele ser que nos foi apresentado pela vida estava ali para nos ensinar a nos aceitar como somos. Nada é por acaso, tudo o que acontece em nossa vida tem algum propósito e somos nós que montamos o nosso cenário. Se não tenho amor próprio eu montarei cenários nos quais eu viverei constantemente tais situações para que eu perceba o que está a ocorrer, é como fazer uma reprise interminável de uma minisérie até o telespectador entender o drama. É isso que estamos a fazer conosco mesmos e, o mais interessante é que nós somos avisados, somos avisados a todo momento que as coisa estão sem harmonia e o aviso são as nossas emoções, se elas são negativas quer dizer que aquela situação não está em conformidade com nosso coração, se por emoção positiva quer dizer que ela está em conformidade(harmonia) com nosso coração. Só que nós não fomos criado para seguir o coração, nossos pais nos ensinaram a colocar os pés no chão e se sabe muito bem que aquele que tem os pés firmes no chão não pode ir muito longe, nem alçar voos para terras longínquas pois ele é incapaz de sonhar e, quem não sonha, é incapaz de viver. O que é sonhar senão desejar algo e ir em busca?


Tiremos os nossos pés do chão e abramos as nossas asas, o que são as asas senão a capacidade de se sonhar.


Juntos nós voaremos sem lugar para se chegar pois o prazer está em si sonhar e viver o que se sonhou, talvez eu te deixe para que tu voe sonzinho pois tens o teus sonhos pois eu te amo sem "PORQUÊS".

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