Volta para mim é falta de amor

Muitos são os humanos que rastejam na vida a implorar a volta de alguém. Isso é compreensível, talvez o mesmo deposite sobre o mesmo o motivo do bem estar que sentira durante o tempo que passaram juntos. Mas não há amor nisso. Isso é falta de amor próprio. É não respeitar a liberdade do outro em se movimentar pela vida.

A vida é feita de movimentos e ficar parado em algum lugar é privar a si mesmo da vida que si é. Nesse momento começamos a entrar em estado de morte física pois não há um motivo para se viver já que nos encarceramos em uma determinada realidade. Todos sem exceção tem direito a ir quando bem entender. Respeitar isso é amá-los. Por quê não estarmos felizes por ver a quem amamos ir ao encontro de novas experiências?

Liberar o outro é na verdade liberar a nós mesmos para novas experiências, para a vida em si. Se repetimos a mesma experiência a todo tempo, ou seja, os mesmos problemas, as mesmas escolhas, os mesmos dilemas não estamos a viver. Isso é uma atitude de um autômato. Um autômato não tem escolha, ele faz o que lhe foi dado por meio de programação. Assim é o humano, ele anda segundo a mente. A mente é uma programação temporal e muitos são os que estão presos a ela. Estar preso à mente é não ter escolha e apenas repetir o que já temos feitos no passado, pois a mente não é sábia e todo a sua pseudo-sabedoria é tão somente memórias do que tem feito no espaço-tempo, além disso, nada sabe e a tudo conjectura.

O ser que diz volta para mim é na verdade um escravo da mente e não sabe o que diz. Uma pessoa sincera que pensa estar a viver a vida como ela é. Mas na verdade está morto para a vida e vive o presente no passado incapazes de amar pois o amor não está no passado mas sempre no agora.

Não peça a ninguém que volte para ti. Ama-te a ti próprio!