Dedo podre

Dedo podre é uma expressão que caracteriza aquela pessoa que não dá uma dentro ao se tratar de relacionamentos. Todos os seus relacionamentos são sempre conflitantes, ou terminam em decepções, amarguras, abandono, humilhação, agressões físicas e em alguns casos até óbitos.

As pessoas que dizem ter o dedo podre afirmam que não tem sorte quando se trata de relacionamentos.

Há alguma lógica ou justiça no chamado dedo podre? Posso afirmar que é totalmente lógico e justo. Tão justo que nós somos atraídos e atraímos pessoas e situações que estão em harmonia vibrátil conosco. O que é isso senão justiça?

O humano não percebe que ele está a fazer isso com ele mesmo e, no entanto , continua a sua procura porela a pessoa certa. Isso é muito engraçado de se observar. As pessoas não percebem que a pessoa certa são elas mesmas. E que - Espera um pouco Marcos Célio! Estás a falar que eu estou a atrair essas pessoas para minha vida?

- Isso minha criança, não foi um acaso e muito menos acidente. Não há vítimas, nunca houve. Nós só experienciamos aquilo que nós nos permitimos experienciar. Sempre foi assim e assim será eternamente.

- Mas eu não queria aquilo! Eu queria um relacionamento no qual eu pudesse ser amada e feliz. É pedir muito? Eu não mereço ser feliz?

- Minha criança não é pedir muito não. Todo pedido, ou seja, todo desejo é o que é, nem muito e nem pouco. Além do mais, tu mereces tudo, não só isso, mas tudo. Quanto a não ter desejado aquilo, aqui há um fato que o ser humano não aceita ou não se dá conta. Querer e não querer é exatamente a mesma coisa.

- Como! Que loucura! Quer dizer que não querer algo é o mesmo que querer?

- Sim e não. Tudo depende da atenção que tu dás ao que queres ou não.

- Seja mais específico!

- Ao querer algo nós temos que dar atenção ao que queremos não é mesmo?

- Sim claro, mas e quando não se quer algo?

- Quando não se quer algo nós não pensamos em aquilo que não queremos? E o que é pensar senão focar a nossa atenção em algo? Nesse caso estamos a focar a atenção em algo que não queremos.

- Está bem! Estamos a dar atenção tanto ao que queremos e ao que não queremos e...?

- Quando damos atenção a algo que queremos nós atraímos aquilo para nossa vida, quando damos atenção ao que não queremos também atraímos aquilo também.

- Más isso não é justo! Damos atenção a tantas coisa e muitas dessas coisas são indesejáveis.

- Eis aqui a maior prova de justiça e amor. Aquilo que nós somos em essência que é amor incondicional e absoluto nos ama desmedidamente ao ponto de trazer à nossa experiência tudo aquilo sobre o qual repousamos a nossa atenção. Não é o máximo! Até o homem sabe disso intuitivamente ao usar o ditado “colhemos o que plantamos”.

- Não entendi muito bem isso de colher o que planta.

- Não há segredos, todos somos semeadores e estamos a semear um campo chamado vida e nesse campo lançamos as sementes.

- Espera aí! Que sementes?!

- As sementes que lançamos são os nossos pensamentos, ou seja, vibrações. Plantamos com os pensamentos e regamos as sementes dia após dia.

- Hum! Regar pensamentos?! Que estranho!

- Sim ao pensar em algo constantemente estamos a regar tal pensamento e se, ao fazê-lo, sentimos uma emoção negativa ou positiva é como se injetássemos uma energia criativa em aquele pensamento e ele se torna real em nossa vida. As emoções fazem com que os nossos pensamentos se tornem realidade.

- Eu quero saber sobre o que isso tem a ver com o dedo podre. Mas eu fiquei curiosa. O que tem a ver emoções positivas e negativas?

- As emoções nos mostram o caminho que estamos a seguir, são elas que nos dizem se estamos alinhado ou não com aquilo que somos. Ou seja, são as emoções que nos dizem se estamos a criar algo que queremos ou não? Se for emoção positiva quer dizer que estamos alinhado e portanto estamos a criar algo que queremos e se for negativa quer dizer que estamos desalinhados e estamos a criar algo que não queremos.

- Sim. Mas e o dedo podre? Como isso se aplica a esse fato?

- Criança, como podes colher relacionamentos perfeitos se semeias medo e apreensão no tocante ao amanhã? Semeias medo da solidão; semeias apreensão em relação a tua vida sentimental pois não sabes se a mesma será agradável ou não. Essas são as tuas sementes e as tens regado todos os dias ao dar atenção a elas e ao oferecer-lhes uma emoção. O que há de se colher então? Colhe-se aquilo que se planta. Acaso podes colher tâmaras de uma roseira? Então por quê plantas sementes cujos frutos não queres? Que lógica há nisso? Se quiseres amor, plante amor. Se quiseres confiança, plante confiança.

Queres um bom relacionamento? Então plante as sementes do amor. Semeia amor por todos os lados onde fores. Lance as sementes sobre si mesmo e sobre os outros. Não tenha medo, tais sementes nunca acabam e quanto mais se semeia mais se tem.

- Mas se eu quero um bom relacionamento é porque eu não tenho oras! Isso me incomoda.

- Se queres algo, coloque a tua atenção em aquilo que queres e não na falta de aquilo que queres. Reconhecer não ter algo é continuar não ter e se tivermos um pouco até o pouco que tivermos perderemos pois estamos a vibrar o não ter ou o não ter o suficiente. O foto de a falta de algo incomodar é sinal que estamos a oferecer uma emoção negativa. Portanto, estamos a criar algo que não queremos.

- Por quê motivo desejar algo e observar a falta desse algo é continuar a não ter? Isso é confuso!

- Não é muito complicado! Ao se desejar algo e não observar a falta desse algo nós nos sentimos feliz, ou seja, uma emoção positiva. Ao se desejar algo e ao mesmo tempo observamos que ainda não temos aquilo que desejamos, nos entristecemos, ou seja, oferecemos uma emoção negativa por não tê-lo ainda e com isso, criamos uma falta de aquilo que a gente quer.

Ao se desejar algo temos que oferecer uma emoção que esteja alinhada com o nosso desejo, ou seja, uma emoção positiva. Ao fazê-lo nos colocamos em estado de permissão.

- O que é isso?

- Estar em estado  de permissão é não oferecer resistência ao que se quer. É se permitir receber aquilo que se quer. É um ato de amor.

- Sim. Mas como procurar o relacionamento perfeito?

- Não se deve procurá-lo, pelo contrário, deve-se ao invés disso atraí-lo para si. Não importa onde ele se encontre, ele irá chegar a ti.

- Como fazê-lo?

- Construtos mentais, ou seja, temos que visualizar em nossa mente aquilo que queremos como se já estivéssemos a viver aquilo. Se for um relacionamento perfeito, poderíamos nos ver com alguém em momentos descontraído, alegres, agradáveis, prazerosos, cercados do ambiente perfeito, de pessoas perfeitas, nos ver em meios a algo que realmente gostaríamos. Nunca, jamais se deve fazer exigências a respeito do fenótipo da pessoa tipo, cor, raça, condição financeira. Pois a pessoa certa aparecerá e terá o fenótipo que tiver que ter, e a condição financeira que tiver que ter etc. O que realmente interessa é que aquela pessoa que está alinhada com o seu desejo. Ao fazer tais exigências estamos a julgar e portanto, estamos em desequilíbrio com nossa essência. Pois aquilo que somos em essência é incapaz de julgar.

- Parece fácil! E depois?

- Depois devemos procurar apenas estar alinhados ao nosso desejo.

- Ué! Estar a pensar naquilo que queremos não é estar alinhado não?

- Não pensar em aquilo que queremos é simplesmente ter uma intenção, ou seja, desejar. Depois que desejamos alguma coisa, aquilo é imediatamente respondido. Só nos resta então estarmos em estado de permissão, ou seja, é preciso que nós nos permitamos receber o que queremos e isso é estar alinhado ao desejo. Se não estivermos alinhado com o desejo nada parece acontecer.

- Como é estar alinhado ao nosso desejo?

- Se alinhar ao desejo, ou seja, estar em estado de permissão é tão somente ter emoções positivas.

- Como assim? Qualquer uma?

- Qualquer situação, pensamento que nos faça sentir bem, alegres, felizes etc.

- Tem que ter alguma coisa a ver com o que queremos?

- Não, não tem. Mas se tu pudesse sentir uma emoção positiva ao realizar os seus construtos, eles se manifestam no mundo relativo mais rápidos, pois as emoções são forças poderosas, são as energias que criam mundos.

- Por quanto tempo eu devo estar em estado de permissão, ou seja, alinhada ao meu desejo?

- Sempre.

- Isso é impossível! Sempre aparece uma emoção negativa aqui, ali. Como fazer então?

- Simplesmente não alimente a emoção negativa e escolha algum pensamento que te traga uma emoção positiva, um estado de bem estar, a escolha é tua. As emoções não podem se apoderar de ti, pelo contrário, és tu que te agarras a elas. Solte-as, libere-as.

- Entendi! Eu posso escolher como eu quero me sentir a todo momento não é?

- Exatamente! O poder é teu.

- Mas e os construtos, quanto tempo devo gastar com eles?

- No mínimo quinze minutos diariamente serão suficientes.

- Suponhamos que eu tenha feito tudo isso e nada aconteceu, nenhuma mudança. Eu errei em algum ponto ou eu não mereço?

- De modo algum! Erro não existe, tire isso de tua mente e quanto a merecer, tu mereces tudo, absolutamente tudo.

- É confortante ouvir isso apesar de minha mente discordar. Mas por quê nada mudou?

- Em verdade te digo que o teu desejo foi concedido, ele sempre é concedido. Não o tens visto talvez pois estavas a olhar para outro lado, o lado onde teu coração não estava. Mas isso não é bem verdade pois teu coração está em todo lugar. Para dizer a verdade ele não está em lugar algum mas tudo está nele. Se, por ventura, não foi esse o caso, tens um bloqueio e esse bloqueio é chamado de crença.

- O que é uma crença?

- A crença são pensamentos que temos imputados a nós mesmos ou nos foram imputados por nossos pais, pela sociedade. De tanto pensar neles eles se tornam nossa crença e toda crença molda a nossa realidade. No passado, poderíamos ter sofrido algum desilusão amorosa e em um estado de tristeza – emoção negativa – nós temos pensado que não merecemos aquilo e ao se repetir deduzimos que realmente não temos sorte nos relacionamento. A tristeza, uma emoção, uma energia, foi injetada em aquele pensamento o qual se tornou rapidamente em nossa realidade e quanto mais desilusões temos mais sólida se torna essa realidade.

- Então não tem como escapar disso! O que fazer para mudar isso?

- Não há do que escapar. Não há nenhum bicho-papão! Toda essa energia em movimento é tua, é tua, e se é tua, tu as manipula a teu bel prazer.

- Então como destruir tal crença?

- Impossível! Não se pode destruir nada no universo. O universo não funciona assim. Nenhuma energia pode ser destruída. Ao invés disso ela deve ser substituída por uma outra que tu queiras, uma nova realidade.

- Mas como construir uma nova realidade?

- Pensamentos minha criança, pensamentos. Um pensamento quando é praticado por um certo período, se torna em um pensamento dominante e tal pensamento dominante se torna a tua crença e tal crença gera a tua realidade nova.

- Tá! Mas dá um exemplo de um pensamento que eu poderia usar.

- Em matéria de relacionamentos poderíamos usar pensamentos tais como: “Em geral eu tenho um ótimo relacionamento com as pessoas”, “Eu faço amigos onde quer que eu vá e por isso eu sempre estou com pessoas legais”. Ciclos depois, vais notar que o espaço ao teu redor vai começar a mudar. Mas isso não é verdade, és tu que estás a mudar e o espaço à tua volta apenas se molda ao tua nova consciência. A isso chamamos justiça, amor, pois nossa realidade se mostra conforme nossa consciência, ou seja, o crédito pelo que vivemos é todo nosso. Mas agora vem algo interessante! Um pensamento quando se torna dominante é o pensamento que sempre se manifesta automaticamente, é como se fosse um refúgio seguro. Se alguma emoção negativa que se apoderar de ti automaticamente tu és remetida ao teu pensamento dominante. Abrace-o e permaneça ali e sinta a suavidade de ser.

- Está bem! Suponhamos que  agora eu tenha uma nova crença, ou seja, uma nova realidade. O que acontece agora?

- Não há mais nada que impeça o teu desejo de se realizar.

- Podes dar mais detalhes do que pode acontecer por causa disso?

- Notarás que pouco a pouco estarás a trair pessoas ao teu redor. Pessoas que estão em harmonia com a tua nova realidade e com isso o teu relacionamento perfeito. Aquelas pessoas que não fazem mais parte da tua nova crença ela simplesmente se afastarão de ti. Não tente saber quem dentre essas novas pessoas são o teu futuro parceiro, ao tentar fazê-lo usará de julgamentos mentais e isso não funciona. Como estamos a falar de coração e não de mente, escute a voz do coração, foi ele quem materializou essa nova realidade, ele sempre escuta nossos anseios sejam eles positivos ou negativos.

- Mas como saber?

- Não tente saber. Tentar saber é estar preocupado, preocupação é um estado emotivo negativo, então ao estar preocupado entra-se em desalinhamento e lá se vai o que já estava realizado. Quando a pessoa certa aparecer dentre tantas pessoa que tens atraído vai surgir uma emoção positiva em teu coração. Nesta hora tens que estar pronta para escutar, o coração sempre avisa. Ao receber o aviso não deixe a mente minar tudo com pensamentos tais como: “Será ele?”, “Será ela?”. Se deres ouvido a tais pensamentos, estarás a escolher com o dedo podre. O coração nunca erra, nunca vacila, é sempre certeiro.

- Quanto tempo dura um relacionamento como esse?

- O tempo não deve prender ao tempo, fazer isso é estar apreensivo em relação ao futuro e estar apreensivo em relação ao futuro é uma emoção negativa e sendo assim estamos a nos desalinhar, estamos a entrar em desarmonia. Um relacionamento dura tantos ciclos quantos forem necessário para que cresçamos mais um pouco. Pois todo relacionamento é para o nosso mais alto bem, mesmo aqueles no quais pensamos sofrer. Há um profundo bem ali, mas deve-se olhar com o coração e não com a mente.

- Pelo que entendi eu não devo tentar controlar o que se passa ao meu redor e sim controlar o que passa em mim?

- Não minha criança! Não se trata de controle, controle é falta de amor. A questão não é controlar e sim escolher, escolher o que queres viver. Só isso, somente isso. Escolha o que quer viver e permita-se receber o que tens escolhido.

- Isso me parece viver com consciência. É isso mesmo?

- Isso mesmo amada criança. Aqui começa o despertar de um ser humano que morre para o mundo(mente) e renasce para o espírito(coração). Um certo sábio uma vez disse: “Ninguém poderá entrar nos reinos dos céus se não renascer de novo”, “O reino dos céus está dentro de vós”. O que é o reino dos céus senão uma vida onde tu podes viver a leveza do amor? Na qual tu podes experimentar somente coisas agradáveis, sem surpresas? Permita-se entrar nesse reino, o reino da consciência, o reino da suavidade, o reino do amor.

Permita-se o amor sem “PORQUÊS”.