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Quando é que deus deixa de existir?

Publicado em 14 de abril de 2013 às 19:59:30

Estamos aqui e experimentamos algo chamado vida. É impossível experimentar a vida sem primeiramente encarnar. Quando não estamos encarnados somos a própria vida, somos amor e consciência. Aquilo que o ser humano chama de deus.


Por éons de tempo temos permanecido sob as sombra da deidade, isso mesmo, por estarmos inconscientes olhamos para o mundo e vemos nele toda sorte de coisa para julgarmos e quanto mais julgamos mais e mais a devastação e a violência impera entre os homens. Isso é justiça. Quem ler entenda.


É uma atitude confortante e, ao mesmo tempo, irresponsável a de colocar nas mão de alguém a incumbência de endireitar aquilo que pensamos estar fora do lugar. Como se isso fosse possível. Se alguém pudesse endireitar o mundo, isso seria injusto, pois o mundo na verdade é apenas reflexo de aquele que o observa e ninguém poderia interferir nisso. Isso seria uma total falta de amor. Mas felizmente, ninguém irá endireitar as coisas no mundo. Somos nós que devemos fazer isso.


Não é que as coisas estejam fora do lugar. É apenas a nossa compreensão que está deslocada. Uma compreensão baseada no criticismo e não na contemplação.


O fato de existir um deus tornaria o universo insuportável e seria insustentável a vida em nele. Ora! Que dignidade teria em existir em função de servir e adorar algo? Isso é servidão, é escravidão. Quem é que tem escravo senão alguém que esteja totalmente em falta com o amor. Quem ama é incapaz de ter escravos.


O tolo pensa que se for obediente e bonzinho será recompensado. Ah quanta ignorância! Se um ser superior nos recompensasse por nossa servidão esse ser não seria de forma alguma superior pois o mesmo está a nos prometer algo em troca de algo. Esse ser nada mais é que um republicano e recolhedor de impostos. Não precisa ter uma consciência muito elevada para saber que em tal comportamento não há nada de espiritual. É um comportamento totalmente humano. Um comportamento totalmente baseado na energia do controle. Na energia do medo.


Se nossa felicidade, nossa paz, nosso prazer dependesse de algo, alguém ou alguma coisa. Injusto seria a vida e melhor seria não existir. Comprazemo-nos em saber que não é assim que funciona a dinâmica universal. Cada ser possui em si mesmo a capacidade de alcançar tudo isso sem a interferência de nada e nem ninguém ao redor dele.


O ser humano não sabe mas é possível estar em paz mesmo que todos à nossa volta sejam massacrados por pestes, homicídios e violência de toda sorte, das mais simples às mais hediondas. Sim, é possível estar em paz mesmo a observar tudo isso. O humano que consegue fazer isso na verdade encontrou a paz dentro de si mesmo. Ele começou a encontrar a divindade dentro de si mesmo e, por isso, secam-lhes as lágrimas dos olhos. Sim, tal humano sente compaixão pelos seus semelhantes, mas é incapaz de sentir pena ou dó. Sentir pena ou dó é violência espiritual para com o próximo. Espírito nenhum encarnado é digno de pena pois os mesmos são a encarnação  de aquilo que o humano chama de deus. Ora se não sabeis deus não é digno de pena.


Alguns poderiam perquirir que os mesmos estão a sofrer. Sim. Estão a sofrer sofrem por não querer enxergar a realidade de si mesmo e dos que os rodeiam. Sofrem por se agarrar ao medo. Sofrem por diminuir a si mesmo e pela falsa ideia de que diminuir a si mesmo é sinônimo de humildade, simplicidade ou algo do tipo. Não sabem que isso é na verdade baixa estima. Isso nada tem a ver com humildade e simplicidade.


Humilde e simples é o espírito. Se consegue tais dons a partir do momento em que não mais formos capazes de observar o mundo ao nosso redor e procurar em nele o que julgar. Julgar é lutar, luta é medo. Na simplicidade não há luta, não há resistência, não há crítica, não há exigência de espécie alguma, não há controle. Ser simples é começar a amar a si mesmo e tudo o que é. NO entanto, quando começamos a trilhar esse não caminho nos ocorre que morremos para a ideia de deus. Renascemos das águas. Água é uma metáfora espiritual para emoção, quando começamos a amar a nós mesmos morremos para a emoção. A emoção é o senhor do mundo. A emoção é oriunda do ego e, portanto, aquele que tem regido o mundo por éons de tempo tem sido o ego, ou seja, temos caminhado por éons de tempo a usar a nossa mente como guia e temos esquecido do espírito dentro de nós.


Impossível é seguir o coração e a mente. Se seguirmos a mente sofremos pois em nela não há simplicidade. Mas ao passo que começamos a seguir o coração, o qual é simples, inocente e humilde não pelo que sofrer visto que não estamos a racionalizar o que se nos apresenta ao redor. Nesse ponto nasce um novo ser, um novo humano. Um humano que não pensa que nem humano, um humano divino. Um humano dono de si mesmo e incapaz de sofrer pelos outros e nem por si mesmo. Um humano todo amor e dia após dia mais e mais amor o mesmo manifesta em si mesmo. Sim, esse novo humano será julgado pelos outros e o verão como um herege, como o anticristo e afastar-se-ão do mesmo. Mas isso não é novidade. No passado fomos queimado nas fogueiras da santa inquisição em praça pública, decapitados, desviscerados vivos em praça pública, guilhotinados, desmembrados, torturados e toda sorte de sofrimento que o humano foi capaz de criar como forma de punição. Por quê fizeram isso conosco? Simples! Em aquele tempo ousamos falar de amor, ousamo viver em amor, ousamos amar o amor verdeiro e os homens tiveram medo de nós e decretaram que teríamos que ser extirpados do planeta.


Aqui estamos novamente e estamos a falar da mesma coisa, mas não há mais guilhotinas, forcados e nem fogueiras inquisitivas. Amados irmãos que outrora ousaram amar, esse é o momento para deixarmos o amor fluir em nós como no passado. No entanto, agora esse amor pode ser mais intenso do que antes pois o mundo está mais tolerante. Curvo-me diante de meus irmão no amor em honra à aquilo que sois. Anamastê.

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