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Qual é o sentido da vida?

Publicado em 03 de agosto de 2012 às 17:05:37

Aqui está algo que não irá fazer nenhum sentido para quem procura um sentido para a vida. Na verdade, se a vida tivesse um sentido seria sem sentido viver. Isso mesmo, determinar um sentido para algo é no mínimo impor limitação a aquele algo. No entanto, a vida não é algo limitado e, portanto, não tem como ser reduzida a meras explicações e não segue orientação alguma.


Poderíamos perguntar: Mas há de se ter um sentido para a vida? Bem, se formos olhar por esta perspectiva, podemos dizer que a vida não tem sentido, no entanto, pode ser sentida. Aqui está algo que não estamos acostumados a fazer, sentir a vida. Temos por hábito ficar ocupados a fazer os nossos afazeres no mundo relativo - que muita vez não traz beleza alguma a nossa vida - que não sobra tempo para sentir a vida. Isso mesmo, ficamos mergulhados em nossos próprios pensamentos e isso impede que sintamos a vida. Não tem como pensar e sentir a vida ao mesmo tempo, isso é impossível.


Talvez poderíamos dizer que se não pensássemos poderíamos nos tornar como um pedra inanimada, uma flor a balançar devido a brisa. Ora, um flor é a própria vida ali a se manifestar a nós com intuito de que percebamos. Uma flor encerra em si muita sabedoria, muita calma. Em sua calma ela é tudo. A flor não quer uma identidade e, contudo, não procura ser ninguém e nem necessita se autoafirmar. Uma flor é perfeita e é um exemplo a ser seguido. Até mesmo uma pedra assim o é.


Dar um sentido a algo é pintar um quadro sobre algo e dizer a nós mesmos: "A vida é assim. O sentido da vida é esse". Com isso nos negamos toda a magia da vida pois nos prendemos em aquele mundo que nós mesmos pintamos e, com isso, não conseguimos ver além da tela. Isso é típico da humanidade, tudo para nós tem que ser descrito, rotulado, discriminado, separado, catalogado. Não percebemos que isso tudo evita que sintamos a vida tal como ela é.


Muitos de nós estamos tão apegados ao pensar que para que aceitemos algo primeiro precisamos entender aquele algo. Precisamos de motivos para amar alguém, para aceitar alguém, para ser bom com alguém, para sorrir para alguém, para fazer amor com alguém, para fazer carinho em alguém. Mal sabemos que viver guiado pelos motivos, ou seja, pela mente é estar fadado a nunca viver, pois a vida não segue motivos, pelo contrário é um fluxo continuo movido pela vontade de quem si é. Se entregar a esse fluxo é, por assim dizer, se entregar a vida e, com isso, perceber que viver é doce e suave e não há atrito de forma alguma. Pode se dizer que esse é o sentido da vida: se entregar ao fluxo omnidirecional que sempre converge para o centro, sem contudo, impor resistência, ou seja, pensamento crítico. É se entregar a tudo o que é, sem contudo rotulá-lo.


O sentido que sentido não é para o nós é sem sentido. Mas o não sentido da vida faz todo sentido.

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