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Violência sexual

Publicado em 18 de agosto de 2012 às 21:35:52

Pode soar estranho dizer que a mulher permite ser violentada. No entanto, isso é uma realidade mundial. Toda mulher que de algum modo iniciou a sua vida sexual dá permissão para que o seu parceiro a violente. De onde vem essa suposição? Isso não é um suposição, é uma afirmação explícita baseada na realidade que se nos apresenta no mundo relativo.


Não há nada natural e muito menos delicado no relacionamento sexual tido como natural. Aliás, o humano acha natural o sofrimento, com isso, não posso senão dizer que o humano é um sadomasoquista.


As interações sexuais estandardizadas por nossa sociedade, a qual faz uso da postura do seminarista – posição na qual o homem se põe a dominar a mulher durante o ato sexual –, não leva em conta a integridade da mulher. Para ser mais exato, não dá a mínima para a integridade da mulher. A posição do seminarista é uma das maiores formas de violência para com o próximo, melhor seria se lhe tirássemos a vida, o que causaria menos danos ao outro e a si mesmo. Mas transformar o outro em um objeto é uma violência que vai muito além do homicídio. O homicídio é um ato sumário que apenas é capaz de tocar o manto de cárneo, no entanto, o transformar o outro em um objeto é um ato contínuo que fere tanto física quanto espiritualmente. É uma afronta à essência do outro e, por conseguinte, a nossa própria essência.


Aos homens que na sua inconsciência violentam seres lindos chamados mulheres, jamais hão de encontrar paz se não se harmonizarem com o feminino. Para tanto, é necessário que aquilo que é doce e suave, ou seja, a mulher, envolva aquilo que doce não é e, muito menos suave, ou seja, o homem. A mulher representa o espaço e o homem o tempo. Não há tempo sem espaço e muito menos espaço sem tempo. No entanto, o tempo se manifesta dentro do espaço, portanto, o homem não pode de modo algum dominar a mulher e no entanto a mulher não pode dominar o homem. Pois o espaço não domina o tempo, mas permite que o tempo se manifeste dentro de si mesmo.


Até quando? Até quando vão permitir o desequilíbrio entre masculino e feminino? Tal desequilíbrio é o vórtice de todo sofrimento, pois o masculino e o feminino nos cercam a todo momento, em todo lugar e é imperativo que haja harmonia entre eles, não importa se conhecido ou não.


As mulheres que se sujeitam a esta condição, ou seja, o abuso de sua feminilidade, não encontram paz em si mesmas pois não estão a se amar. Ora, quem não se ama, amado não é! Quem não ama a si mesmo digno não é de experimentar o amor. Não que se torne indigno, pois a indignidade é algo impossível, o fato é que não se permite sentir o amor ao tomar tal postura. O amor somente começa a se manifestar a partir do momento que o sentimos por nós mesmos. Isso é justiça e é justo que assim seja. O amor não vem de lugar algum, está sempre aqui, sempre esteve aqui. No entanto o humano não o vê, pois há uma trave em seus olhos, trave essa cujo nome se chama medo. Medo do mundo, medo de se perder, medo do outro, medo do desconhecido e, no entanto, tudo isso é somente medo de encontrar a si mesmo.


O amor é o caminho, o amor é o único caminho.

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