Se deus existisse a vida seria injusta

Viver significa mover-se, fazer escolhas, experimentações. Sem as quais não há vida, apenas a inércia de tudo o que é onde tudo flui. Se deus existisse, isso significaria que ele estivesse no comando, tudo mais andaria segundo suas normas e leis.

O que nos parece? Falta de amor é claro! Fazer leis e normas para que outros sigam é não amá-los.

A existência de deus faria com que a vida fosse injusta e impraticável. A vida somente se manifesta sob as leis do amor e onde há leis e regras com o intuito de dizer o que pode ou não fazer é desamor.

Qual é a beleza de se viver se houvesse um deus acima de nós? Que graça teria viver se não pudéssemos fazer escolhas a nosso bel prazer? Que graça teria se todas as nossas ações estivesse sob o julgo de alguém superior? Não há graça nisso! Qualquer semelhança com aquilo que o humano chama de inferno não é mero acaso.

Não somos escravos. Não temos donos. Não há nada acima de nós e nem abaixo. Se houvesse algo acima de nós a quem deveríamos render culto ou adoração ou mesmo prestar obediência. Melhor seria não estar vivo. Isso não é vida. Dependência não é vida. Obediência não é vida. Quem assim vive não ama a si mesmo e por não amar a si mesmo sofre por dar as costas a si mesmo.

Quando começamos sentir o que é amor, - digo sentir pois entender o que é amor é impossível - a ideia de que haja algo acima de nós e que, de certo modo esteja no comando, é impensável. É como se não fôssemos capazes de viver por nós mesmos e tivéssemos que ter um guia externo. No entanto não somos gado. Aliás, até mesmo o gado é capaz de cuidar de si mesmo pois o mesmo é parte integrante da natureza e se move com a natureza de modo natural. Contudo o homem ao se ver em situações que o mesmo rotula de ruins. Vê-se impotente diante delas e pensa que tais coisas são criações do acaso e, diante disso, forja para si um ídolo e se ajoelha perante ele e pede para que aquilo que ele considera ruim seja mantido longe dele.

É engraçado ver os humanos de joelhos diante de algo que não existe e a pedir para que suas criações sejam mantidas longes deles. Alguns batem no peito aos prantos e indignados. A que ponto chegamos? Até quando os humanos sentaram na cadeira da vítima. Até quando o humano atribuirá ao acaso ou a um ser que não ele o seu poder pessoal?

Quando deus morre aos nossos olhos, adentramos em um ambiente de consciência e poder. Quando deus morre aos nossos olhos a cegueira que outrora havia dá passagem a uma visão ampla que vai muito além dos olhos e do intelecto. É o início do despertar. Bem aventurado aquele que ergue-se e assenta-se no trono e reina sobre si mesmo com amor e não com intelecto. Os tais encontrarão o paraíso e não mais conhecerão a injustiça. Nunca! Jamais! Isso é amor, isso é amar. Senta-te no teu trono e seja mestre de ti mesmo.